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Inteligência artificial emocional: mais perto do que você imagina

Na visão de Rana el Kaliouby, a união entre inteligência artificial e emoções chegará por aplicações que já estão bastante próximas de nossas vidas


19 de março de 2021 - 19h03

Para muitos futuristas, a união entre inteligência artificial e empatia é a última fronteira para o surgimento de uma geração de máquinas conscientes e sencientes. Entre as principais vozes e diversas facetas desse movimento — que remete a um dos enredos mais clássicos da ficção científica —, está a pesquisadora egípcio-americana Rana el Kaliouby. Fundadora da Affectiva, startup de IA aplicada à leitura de emoções e estados cognitivos, ela foi um dos destaques da programação do quarto dia do SXSW, que neste ano acontece em versão digital.

Em 2018, tive o privilégio de conhecer Kaliouby e seu trabalho de perto, durante sua passagem pela HSM Expo. Na época, ela vinha desenvolvendo uma linha de pesquisa focada na leitura de tons de voz e expressões faciais. Embora tenha preservado boa parte deste escopo de atuação, sua visão parece ter se expandido para aplicações integradas em diversos setores, em um conceito batizado por ela de economia da empatia.

(Créditos: Possessed Photography/Unsplash)

Esqueça os levantes comandados por robôs insurgentes. Na visão de Kaliouby, a união entre inteligência artificial e emoções chegará por aplicações que já estão bastante próximas de nossas vidas. Imagine sistemas de leitura facial que acompanham as reações de consumidores em jornadas de e-commerce (ou alunos em salas de aulas virtuais). Automóveis que monitoram reações de motoristas embriagados ou cansados. Plataformas de eventos que medem o nível de engajamento da audiência. Parece familiar, certo? Pois é. Tudo isso já está acontecendo — e é apenas o início da economia da empatia.

Em um mundo cada vez mais dominado por telas e Zoom Fatigue, as aplicações devem ganhar escala na mesma proporção da demanda por soluções que facilitem conexões humanas em ambientes digitais. As oportunidades de engajamento de equipes e mitigação de riscos de burnout, por exemplo, são enormes. Mas, antes que tais tecnologias sejam absorvidas como produtos de massa, precisaremos encontrar respostas consistentes para algumas questões éticas fundamentais, como privacidade de dados, algoritmos enviesados e monopólio Big Tech. “O potencial desse movimento está em reimaginar como a inteligência artificial pode impactar as relações de humanos para humanos. Mas ainda é preciso refletir sobre como essas tecnologias estão sendo desenvolvidas e aplicadas na sociedade”, afirma Kaliouby.

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