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Estamos atendendo a um chamado e vivendo o primeiro reencontro

Que aproveitemos esse momento de reencontros para trocarmos o máximo possível e agir coletivamente atendendo a esse chamado do porque estamos aqui


12 de março de 2022 - 13h09

Crédito: Shutterstock

O dia começou com um chamado de atenção por parte de Hugh Forrest, CPO do SXSW, que não nos deixou esquecer que não devemos nos perder na diversão do SXSW sabendo que lá fora tem uma guerra, que ele brilhantemente chamou de “unprovoked war” causando sofrimento a milhões de pessoas, e assim nos convocou a ação: “Será que as pessoas nesta sala e neste evento têm o poder de mudar o que está a acontecer no mundo?”.

Eu costumo dizer que somos privilegiados por termos acesso a essa tempestade de visões diversas e de alguma forma anteciparmos recursos que podem de fato, a partir da ação, transformar o mundo em que vivemos para um futuro como desejamos. Não podemos nos esquecer disto, temos que agir.

Escrever esse texto pode ser um ato, é a uma maneira de democratizar essa informação e dar acesso a todos vocês a meu privilégio de estar aqui, e por isso, me uno ao Hugh e peço, vamos agir, vamos usar o que estamos vivemos para assumir as linhas das nossas histórias, de maneira coletiva, democrática, diversa e ética.

Quando nos tiraram os encontros, aprendemos a valorizá-los como enfatizou Priya Parker, autora de The Art of Gathering, palavra que nos custa para uma tradução em português que não diminua o seu significado pois vai além do momento do encontro, passa por micro-momentos de conexão que mexem com muita coisa em nossa estrutura. Hoje sabemos que precisamos tanto de estarmos conectados como de estarmos juntos, assim como hardware e software se completam.

Que aproveitemos esse momento de reencontros para trocarmos o máximo possível e agir coletivamente atendendo a esse chamado do porque estamos aqui.

Aliás, Priya nos trouxe uma dinâmica a princípio incomoda, que era justamente fechar os olhos e sentir que estávamos presentes aqui, e depois olhar para o lado, buscar pessoas diferentes e justamente perguntar o porque elas estavam aqui. Uma situação que me tirou da zona de conforto, não foi fácil interagir novamente sem toda a estrutura que criamos nestes dois anos onde esses momentos não eram possíveis, mas fomos tranquilizados por ela ao dizer que é normal nos sentirmos enferrujados, mas agora damos mais valor aos encontros. Microconexoes afetivas que se mesclam às virtuais, atos de generosidade e empatia, parece que saíram da nossa memória recente com essa ausência de encontros.

Voltar a aprender a estar junto de forma engajada e em sociedade. O que queremos guardar do que a pandemia trouxe, o que queremos largar de vez. essa escolha é diferente de pessoa pra pessoa. A experiência de ver novos rostos, e até mesmo os conhecidos é bom, mas é muito melhor ver os corpos além do corte de tela de um Zoom.

Porém, a vida mudou, e significativamente nestes últimos anos, e pensar como os dados presentes nos reports de trends em um mundo tecnológico da Amy Webb são base para orientação de obras de ficção que nos intrigam sob novos conceitos que não estão assim tão longe da realidade.  

Em um bate-papo descontraído Amy Webb conversou com Grag Daniels, autor da série Upload e discutiram a digitalização de nossas memórias, vida após a morte, trazendo o conceito de morte digital e freemium, como tomar decisões para o metaverso, que pode ser definido como uma versão do “paraíso” informada pelo capitalismo e como os gêmeos digitais poderiam informar o metaverso de hoje como uma possibilidade daquilo que desejamos para nossos futuros.

A extensão da vida digital pode mudar a sociedade por meio de seguro de vida, religião, acessibilidade e normas sociais. Na série do autor,alguém precisa continuar pagando ou ter seguro.  E os uploads não podem funcionar porque isso cria uma concorrência desleal com os vivos.

E se no futuro, as pessoas economizassem todo o seu dinheiro para apoiar sua vida após a morte digital, e deixar suas circunstâncias da vida real caírem no esquecimento foi o questionamento que levamos ao deixarmos sala.

Estamos preocupados em como funciona o Metaverso, isso é sedutor, mas temos um mundo real que podemos transformar aqui fora, e precisamos agir. É o poder da comunidade, assim como a base do conceito da Web3 que nos intriga e distrai.

*Camilo Barros é especialista em Leadership Innovation pelo MIT, head of partnerships da Vidmob, diretor da Abedesign e sócio do Institute for Tomorrow.

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