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SXSW 2021: Amy Webb e a nova desordem mundial

Uma nova desordem mundial, como ela prefere chamar, que como todo momento de mudança oferece sua cota de riscos, oportunidades e aprendizados


17 de março de 2021 - 14h07

(Crédito: Reprodução)

Apresentado anualmente por Amy Webb, o lançamento do relatório de tendências do Future Today Institute costuma ser um dos momentos mais aguardados do SXSW. Na retomada digital do festival, não foi diferente. Antes mesmo do início da sessão, a futurista já era bombardeada por perguntas e saudações no chat (muitas delas enviadas pela fiel audiência de brasileiros). As respostas, por sua vez, chegavam de bate-pronto pelo teclado ágil do administrador de sua conta. Um modelo interessante de interação para palestrantes de eventos online.

Antes de iniciar a apresentação do relatório, Amy, que já havia adiantado alguma de suas previsões na última edição da HSM Expo Now!, fez uma importante reflexão sobre as oportunidades de aprendizado que se apresentaram nos últimos anos “Sobreviver a essa pandemia não nos torna imunes ao caos que pode vir pela frente. É preciso se preparar, pois não existe estratégia à prova de futuro”.

Ancorado em três pontos-chave, a última versão do relatório traz leituras de um futuro que já começa a despontar em diversas partes da nossa rotina. O primeiro deles é o estado de conexão de nossos próprios corpos. Ou, como Amy prefere chamar, a You of Things (YoT). Acha difícil de enxergar? Pense nas pulseiras esportivas e nos aparelhos de monitoramento de saúde. O que vem por aí? Dispositivos de regulação de sono, gadgets de alimentação saudável e até mesmo privadas inteligentes. Os riscos? Privacidade de dados ameaçada e os impactos do excesso de análises preditivas sobre nossa autonomia e senso crítico. Coloque isso tudo na balança e escolha o seu lugar nessa conversa.

A transição das telas analógicas para um universo de realidade mista (virtual e real) foi outra tendência destacada. A discussão pode parecer antiga, mas vem ganhando novos contornos com os avanços da inteligência artificial e dos simuladores de RA/RV. A face mais pop desse universo pode ser vista nas animações com jeitão de deep fake cada vez mais populares em grupos de WhatsApp e no scroll do TikTok. Os perigos relacionados a fake news e campanhas eleitorais são óbvios nesse caso. A mais sofisticada vai dos tratamentos de transtornos de saúde mental à recriação de memórias biológicas em sistemas sintéticos. Para quem se interessa pelo assunto, recomendo a leitura desse artigo publicado pelo The Verge há alguns anos (mas que permanece mais atual do que nunca).

Tudo isso que estamos observando, segundo Amy, faz parte de um novo contexto global. Acelerado pela pandemia e que traz uma realidade cada vez subjetiva, orientada por novos fluxos de informação, transição de poder para grupos privados, sistemas de identidade digitais, pensamento coletivo e monitoramento constante de nossos atos e dados. Uma nova desordem mundial, como ela prefere chamar — que como todo momento de mudança oferece sua cota de riscos, oportunidades e aprendizados. “Estamos no meio de uma grande transformação. E temos muito trabalho a fazer”, diz.

O relatório já está disponível, na íntegra, no site do Future Today Institute.

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