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Lições de cidadania da nova política

Pete Buttiegieg é exemplo de um político jovem e moderno, com pensamento coletivo, inclusivo e diverso, que busca dialogar com todos


19 de março de 2021 - 16h21

Pete Buttiegieg, entrevistado por Jonathan Capehart da MSNBC no terceiro dia do SXSW 2021 online, foi candidato a presidência dos EUA pelo partido democrata nas últimas eleições e é, desde fevereiro de 2021, secretário de transportes do governo de Joe Biden. Ele é também o primeiro homossexual abertamente declarado a ocupar um gabinete presidencial no país.

(crédito: Toni Reed/Unsplash)

Quando perguntado por seu entrevistador sobre a importância deste fato, ele conta que na década de 90, quando era ainda um adolescente, o então presidente Bill Clinton tentou nomear um homossexual declarado, chamado James Hormel, para um cargo de embaixador e o senado recusou sua nomeação. Pete diz que, quando foi nomeado para seu cargo, conversou com o senhor Hormel sobre o ocorrido na época e ele lhe confidenciou que sabia que seria rejeitado, mas que pediu ao presidente para indicá-lo ao cargo, justamente para que a sociedade visse essa rejeição acontecendo e que isso ajudasse a promover o debate sobre a inclusão de pessoas homossexuais no cenário político.

Pete celebra essas ações corajosas e de auto sacrifício de pessoas como James Hormel, que ajudaram a promover uma maior inclusão de pessoas LGBTQIA+ em todas as áreas profissionais, derrubando barreiras de ignorância e preconceito. Por outro lado, alerta para o fato de que ainda há um enorme trabalho a ser feito em várias frentes para que a inclusão de pessoas de todos os espectros de diversidade ocorra de forma mais consistente no país e no mundo.

O novo secretário de transportes tem uma visão clara sobre os desafios de sua pasta. Ele não hesita em dizer que além da necessidade latente de investir com mais eficácia na infraestrutura do país, melhorar as condições das estradas e modernizar seu transporte ferroviário, sua principal missão é a de reparar os danos causados pelas mudanças climáticas.

O setor de transporte é o maior vilão neste terreno e há urgência em mudar essa condição, através de soluções que reduzem a emissão de carbono, como os carros elétricos, uma maior eficiência energética no transporte aéreo, a implantação de trens de alta velocidade e a ampliação de modais de transporte não poluentes, como a bicicleta. Para isso, ele busca contar com a ajuda de políticos da oposição, com a iniciativa privada, com a cooperação e troca de informações com outros países e com o engajamento da população.

As pessoas começam a notar o efeito das mudanças climáticas em suas vidas, com o aumento expressivo de enchentes, queimadas e outros desastres ecológicos, que afetam as cidades, devastam plantações e desalojam pessoas de suas casas. O esforço coletivo, aliado à vontade política para promover as mudanças são a receita para uma guinada efetiva no processo de destruição do planeta.

Pete Buttiegieg é exemplo de um político jovem e moderno, com pensamento coletivo, inclusivo e diverso, que busca dialogar com todos e explicar a origem dos problemas para as pessoas para que elas se convençam por elas mesmas da importância de se engajarem nas causas que ele defende. Ele acredita no ser humano, em sua capacidade de transformação. Ele é, sem dúvida, fonte de inspiração para muitos jovens que pensam em entrar na vida pública e contribuir para a mudança. Ele incentiva os jovens a fazê-lo, diz que o mundo precisa deles, que são a seguinte geração de políticos e legisladores.

Entretanto, Jonathan Capehart lhe provoca, perguntando o que dizer para os jovens que querem entrar para a vida pública, mas se sentem desencorajados a fazê-lo quando veem os ataques que pessoas públicas recebem diariamente nas redes sociais e o quão agressivos estes ataques muitas vezes são. Pete responde com a seguinte reflexão: “Se você não tem coragem de entrar para a vida pública, pense em algumas das pessoas que você conhece que sim têm essa coragem. Algumas dessas pessoas certamente pensam muito diferente de você e, se estiverem no poder, farão coisas que você não faria. Você prefere deixar que elas o façam em seu lugar? Ou prefere assumir os riscos e garantir que as suas boas ideias tenham alguma chance de serem implementadas?”

Fica a dica.

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