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Conversas, equidade e propósito: o papel que temos para mudar o mundo

Encontre seu propósito e utilize o seu poder de mudar o mundo


19 de março de 2021 - 16h41

O festival sempre teve um papel importante na política americana, o que obviamente impacta no contexto global. Mas o mais interessante deste contexto político polarizado que temos vivido, é que os pontos trazidos pelos governantes e legisladores são de propósito e empatia. O grande nome do dia foi Pete Buttigieg, novo secretário de Transportes dos EUA no governo Biden, que até dois anos atrás era um ilustre desconhecido e foi alçado aos holofotes justamente no SXSW.

Buttigieg foi o primeiro gay a participar da corrida para ser o candidato para presidente pelos Democratas e também o primeiro gay a fazer parte do gabinete da presidência. Obviamente, como sua pasta induz, falou sobre pontes e estradas, mas também de equidade, jogando luz em um ponto importante: as áreas mais vulneráveis e que sofrem com preconceitos de raça são locais menos assistidos por transportes, o que impede as pessoas de terem acesso às oportunidades.

(Créditos: Sora Shimazaki/Pexels)

Ressaltando assim que o transporte, que deveria ser parte da solução, é a maior parte do problema, sendo também o maior setor quando se trata de emissões de gases de efeito estufa, “o que significa que melhorar o transporte é a maior coisa que podemos fazer para colocar nossa política no caminho certo”, disse. Os avanços em tecnologia e política são necessários para que a indústria de transporte tenha um impacto no combate às mudanças climáticas.

O dia também nos presenteou com a inspiradora Melinda Gates, que voltou a nos lembrar que muitas vezes uma mulher ou uma menina é cercada por uma estrutura de poder que não a deixa usar sua voz, e que isso vem da educação. A educação é a raiz de muitas das questões de desigualdade quando não há acesso e oportunidades com equidade para todos nesses espaços. Também, quando temos a mulher em posição de destaque nas companhias, as economias são mais fortes, mais robustas e crescem mais rapidamente.

Propósito também foi assunto de destaque na conversa sobre Ocean Storytelling com James Cameron, produtor executivo de “Segredos das Baleias” – doc-série que podemos acompanhar no Disney+ – sobre esses animais que estão à beira da extinção, e nós mal entendemos sobre eles. “Fizemos essa série para que as pessoas se apaixonem pelas baleias, pois nós só protegemos aquilo que amamos. O documentário traz dados alarmantes que nos parecem distantes, mas dos quais somos responsáveis. Os bebê-baleias estão sendo envenenados por nós, eles estão sendo ensurdecidos por nós, despejamos 18 bilhões de libras de plástico no oceano todos os anos”, alertou o diretor.

Também deu suas observações sobre o assunto o lendário designer Bruce Mau, que comentou que nós desenvolvemos coisas sem nos preocuparmos com o lixo que elas geram e agimos como se os recursos naturais fossem ilimitados. Por isso ele invoca que precisamos atuar com life-centered design e já não mais com human-centered design. Precisamos fazer design pensando em todo o ecossistema, esse é o poder do design em mudar o mundo.

Aproveito para deixar a dica do documentário lançado no SXSW. “Mau”, que conta a trajetória e evolução do design através da carreira de Bruce, assim como o livre MC24, que oferece 24 princípios para inspirar mudanças significativas no mundo.

Esse papel que temos como transformadores surgiu em uma conversa densa com Sir Richard Branson sobre “Líderes empresariais contra a pena de morte”. Branson ressaltou que as empresas são dirigidas por seres humanos e que “tudo o que um negócio de sucesso faz é melhorar a vida das pessoas. Nunca devemos ser espectadores da injustiça. E a pena de morte entrega injustiça em todos os sentidos, deixando claro que não existe somente a preocupação das marcas terem propósito, mas que isso seja visto em suas lideranças”. A conversa serviu como plataforma de lançamento para uma nova iniciativa chamada Responsible Business Initiative for Justice.

A tecnologia como ferramenta de transformação, aliada a esse propósito na busca de equidade, apareceu também na conversa com Rana el Kaliouby, que discutiu sua missão inovadora de humanizar a tecnologia com Emotion AI – tecnologia que analisa expressões e reações humanas em contexto, ressaltando que “a inteligência artificial dos assistentes pessoais vai nos ajudar a sermos pessoas melhores”.

Assim como Fred Dust, sócio da IDEO em conversa com Vivek Murthy, autor de “Together” discutiram os elementos do planejamento de trocas de ideias bem-sucedidas com base em sua missão conjunta de soar um alarme sobre os perigos do isolamento e o compromisso das conversas para a conexão humana através das diferenças. Conversas criativas estão relacionadas em criar diálogos, no qual as pessoas se escutam e se conectam: “Quando você se sente instigado, você respira antes de responder”. A polarização e o isolamento despertaram conversas intencionais poderosas que nos movem para a frente e nos levam a construir comunidade.

Por fim, falar de comunidade hoje em dia nos leva a falar de Tiktok, e o case do usuário da plataforma que ao ter um início de dia ruim por ter seu carro quebrado, pegou seu skate, uma garrafa de suco, decidiu mostrar que você pode mostrar que depende de você o seu dia ser bom, e postou com uma música da década de 70 do Mike Fleewood, e assim se tornou uma trend na plataforma, fazendo com a música voltasse ao top 10 da Billboard após 40 anos, a marca de suco fosse a mais vendida nos EUA e milhões de pessoas em todo mundo postassem a sua versão. O papo foi com o Head de operações de música do TikTok, Ole Oberman, e com Mick Fleewood.

Encontre seu propósito e utilize o seu poder de mudar o mundo.

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